Moradores da cidade de Barra Longa, cidade com 5.800 habitantes atingida no seu centro urbano pelo rompimento da barragem da Samarco Mineração S.A, denunciam que o rejeito depositado na cidade está sendo usado para obras de pavimentação de ruas.

 

Simone Maria da Silva, 38 anos, fez o registro de como o rejeito está sendo depositado na Rua Santa Terezinha. As informações indicam que a Prefeitura espalhará o rejeito e depois colocará bloquetes para concluir a pavimentação.

 

“Como eles podem fazer isto? Isto nunca foi discutido com a população, sequer fomos avisados em reuniões. Penso que é uma coisa grave. Não sabemos o que isto pode nos prejudicar com o passar dos anos”, comenta Simone, que também é liderança no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na cidade.

 

A preocupação da atingida, que teve um lote soterrado no povoado de Gesteira, também é a com a filha Sofya Silva Marques que tem apenas um ano e seis meses. Ela tem apresentado fortes reações alérgicas e respiratórias provocadas pela exposição a poeira do rejeito e tem sido acompanhado, junto com outras crianças na mesma situação, pelo sistema de saúde.

 

“Eu olho para a minha filha e fico desesperada. Como é que vai ficar? E trouxeram o rejeito para o morro expondo crianças e idosos. Isto não faz sentido”, desabafa. “Eu acho que a secretaria de saúde, órgãos de meio ambiente, Ministério Público tinham que olhar isto aqui, tinha que fiscalizar para nos dar segurança”, conclui.

 

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) considera uma irresponsabilidade espalhar rejeito expondo moradores de forma desnecessária e ampliando os problemas. A comunidade aguarda uma solução imediata para a questão e um posicionamento da Prefeitura Municipal de Barra Longa e da Samarco Mineração S.A sobre os motivos e as justificativas de espalhar o rejeito pela cidade sem autorização.